sábado, 26 de outubro de 2013



Sovietização ou estupidez ?

Este texto de hoje é triste. Triste e complicado. Há que fazer exercícios de profunda  imaginação para se acreditar. Mas tudo quanto vai escrito é verdade. Jamais nalgum dos meus escritos existiu mentira. Pode ter havido enganos. Mentiras, NÃO.
Há duas formas de revolução: com tiros, bombas, etc., ou pela calada, sem que o povo – besta – se aperceba, e que acaba asfixiado, e morto, como os que morrem com falta de oxigénio! O cérebro deixa de pensar, de agir, e... já era.
Aqui, no país do samba (para exportação), do futebol e caipirinha, onde o povo não sabe votar, nem por que vota, e é obrigado a isso para que os demagogos consigam mais votos, a “moda” agora é enaltecer todos os revolucionários, sem, obviamente, esquecer um dos mais covardes que se chamou che guevara, e que os idiotas pensam que lutou pela libertação dos povos! Vê-se bem a liberdade dos cubanos. Só dos que sobraram, porque dúzias deles o mesmo “glorioso libertador” assassinou com tiros na nuca quando os não adeptos estavam nas prisões.
Agora é uma escola que vai ser toda remodelada, modernizada, etc., e tem o nome de olga benário, uma comunista que foi posta às ordens do secretário do partido comunista dos sovietes no Brasil e para aqui veio praticar o que lhe tinham ensinado: sabotagem e terrorismo. Alemã e judia, Getúlio mandou-a de volta, com cumprimentos, aos nazis.
O que me parece que este des-governo devia incentivar duma vez por todas era a troca de nomes de todas as escolas: tirar Machado de Assis, Gonçalves Dias, Pichinguinha, e outros que engrandeceram o país e destacar aqueles que esta canalha ainda insiste em “amar” e a quem presta contas.
Deveriam chamar às escolas e às faculdades de cursos políticos, Josef Stalin, Mao Tsé Tung, Pol Pot, Adolf Eichman e Adolf Hitler (que também tiveram milhões de cegos seguidores), e alguns mais atuais como o caridoso Omar Hassan Ahmad al-Bashir aquele garotão do Sudão que mata mais que cancer e malária, sem esquecer a família King Kong da Coreia do Norte – Kim du Bong, Kim II Sung, Kim Jung II e Kim Jong un, chamados Grande Líder, Estimado Líder, Querido Líder, Grande Sucessor, todos grandessissimos... E, porque não Bin Laden, George Bush, Chavez, Kaddafi e “similares”? Quase esquecia Robespierre o homem que gostava tanto da guilhotina que para lá mandou milhares e onde acabou também com a cabeça fora dos ombros!
Aqui um dos poços de petróleo já foi batizado de “lula”, o nome de um indivíduo que só atrasou a exploração do ouro negro em mais de dez anos, e está a levar o país para um marxismo doentio, mas um marxismo que tem o seu quê de liberalismo, sem o qual os urubus não poderiam continuar a encher os bolsos como até hoje.
O STJ, o quase, quase famoso supremo tribunal federal, esteve para dar uma grande lição a essa banditagem. E ao mundo. Mas... acontece que dos seus onze membros, nove foram lá postos, cuidadosamente escolhidos pelo PT. E desses nove só um foi capaz de sacudir o jugo dos “patrões” e ter-se portado de tal modo que é hoje o homem mais admirado no Brasil.
O resto vai acabar por absolver os principais cabecilhas do grande golpe, o tal mensalão. São pagos para isso.
Mas tudo isto interessa pouco porque o governo vai receber só dos novos campos de petróleo, um monte de milhões! Poços esses que talvez, talvez comecem a produzir daqui a cinco anos.
E até lá com 45% do orçamento anual comprometido para pagar juros e parte (que parte?) da dívida pública, porque os bancos não perdoam nem ao governo, o que sobra é miséria, como por exemplo só 4% para educação.
Quando se poderia imaginar que o governo financiasse os estados cobrando juros sobre juros? O escândalo é de tal ordem que não se acredita.
Por exemplo: Minas Gerais recebeu, em 1998, um financiamento de R$ 18,5 bilhões, e desde o começo vem pagando regularmente as parcelas. Mas... se o juro cobrado fosse o da taxa básica, MG não só teria liquidado já toda a dívida como teria um saldo a seu favor de mais de R$ 1,5 bilhões. Acontece que, com a manobra do des-governo federal os juros básicos foram acrescidos de vários pontos percentuais e hoje o Estado de Minas Gerais está ainda endividado, do mesmo financiamento, mas quase R$ 67 bilhões. Quer dizer que além de ter pago tudo, ao fim de quinze anos deve 3,5 vezes mais do que recebeu!
Com a fobia de nada privatizar, apesar de se ir privatizando tudo quanto aparece, mesmo ouvindo o rugido dos ultra comunas, o atual des-governo já vendeu a capitais estrangeiros 30%, trinta por cento, do capital do Banco do Brasil!
Deu para entender? É difícil, mas é a realidade. E como não é só o Banco do Brasil mas TODOS os bancos que participam desse financiamento, o enriquecimento destes, no Brasil é astronômico, e ainda tem um aspeto curioso: os estados podem ser financiados por bancos estrangeiros, como Deutsche Bank, HSBC, etc, que assim mamam à custa do país, e mandam dinheiro para fora.
A máquina federal é um antro, e a continuar como está, apesar das futuras miragens petrolíferas, não tarda estaremos iguais à Venezuela onde até papel higiénico é item raro!
Para quem se interessar por estas situações de crise, de desastre à vista, na perspectiva do sovietização pode ver o seguinte vídeo:

E se quiser fazer um exercício de in...compreensão das finanças públicas, acesse o link
Ou está tudo louco, ou sou eu que já não sei o que é sanidade ou se os meus miolos fugiram para outro planeta.


terça-feira, 22 de outubro de 2013



A Jihad britânica
versus católicos irlandeses

Jihadis, com os muçulmanos lhe chamam – a guerra santa – existem desde... desde quando mesmo? Ninguém o saberá dizer, mas a história conta-nos e continuará a contar-nos passagens de completa vergonha para o bicho que tem o desplante de se intitular o homo sapiens, e insiste, sapiens!
A Bíblia tem mais descrição de guerras e extermínios do que salmos e louvores ao Deus Onipotente.
Mais perto de nós temos calamidades que feliz ou infelizmente não esquecemos, pior ainda quando pensamos que muitas dessas “guerras santas” se deram no seio daqueles que se intitulavam cristãos, negando, em total oposição, a base da Mensagem de Cristo “Amai-vos uns aos outros”.
Só para lembrar alguns casos:
- O Massacre de São Bartolomeu em França, em 1572, e o cerco em La Rochelle, onde terão sido mortos talvez até setenta mil huguenotes;
- A ferocissima e odienta Inquisição em Portugal e pior ainda sobretudo em Espanha, que durou uns três séculos;
- A “limpeza” de índios americanos, sobretudo no Norte e áreas espanholas.
- O massacre, à fome, dos ucranianos, pelo Stalin.
- O genocídio dos arménios.
- Idem dos sérvios pelos croatas.
- Dos tibetanos.
- Dos tutsis.
- Na Somália e Sudão.
- No Zimbabwe.
- Sem esquecer o Holocausto e a exterminação de meio milhão de ciganos.
- E a guerra que os protestantes britânicos moveram, durante séculos, aos católicos, não só na própria Inglaterra, mas na Escócia, na Irlanda, e mais tarde até onde o seu império mandou e desmandou.
Em 1695 o parlamento irlandês, já dominado pelo ingleses, exilou da Irlanda monges, frades, jesuitas e toda a hierarquia católica. Como o Imperador Leopoldo da Áustria em aliança com os britânicos contra Luis XIV de França tivesse reclamado da violência desta lei, ela não foi logo executada. Mas assim que a guerra acabou, em 1697, a lei passou “triunfalmente”, e outras leis contra católicos seguiram-se umas atrás das outras.
Já em 1691 Westminster tinha passado uma lei proibindo membros do Parlamento irlandês de terem assento no “seu” Parlamento ou ocupar cargos públicos se não tivessem jurado negar a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo. Nenhum católico podia prestar juramento parlamentar desde que não negasse a validade da Missa.
A perseguição não parava, e os reis, agora William de Orange encorajado pela mulher Rainha Ana, preparavam mais leis contra os católicos. Em 1704 apareceu o “Acto para evitar o futuro crescimento do papismo”, que ficou conhecido como o “Código Penal”, privando os católicos até do direito de voto, e cujas principais cláusulas eram:
- Nenhum católico pode comprar terras.
- Nenhum católico poderia alugar uma fazenda por mais de trinta e um anos; e o aluguel teria que ser pelo menos dois terços do valor anual da exploração.
- Quando um católico morrer, a sua propriedade não pode ser herdada pelo filho mais velho, mas dividida igualmente entre todos os filhos. Se um dos filhos se tornasse protestante ele poderia herdar a propriedade inteira.
- Nenhum católico poderia advogar em tribunais, ser solicitador, juiz ou membro do grande juri.
- Católicos não podem ter assento no Parlamento nem votar nas eleições.
- Católicos não podem ocupar lugares na administração pública – por exemplo um católico não podia ser servente, xerife ou membro do Conselho de cidade.
- Católicos não podem mandar seus filhos para fora para serem educados, nem criar escolas dentro de casa.
- Católicos não podem ser guarda de órfãos.
- Católicos não podem portar armas, entrar para o exército, ou ter um cavalo que valha mais do que £5 – cinco libras.
- Católicos são proibidos de viver em muitas das mais importantes cidades das províncias.
- Católicos podem rezar livremente, mas as suas igrejas não podem ter campanários ou exibir cruzes. Os padres não podem vestir roupas clericais em público, nem exibir emblemas sagrados; ele terão que se registrar na administração do governo e fazer juramento de lealdade. Arcebispos, bispos, jesuitas e outros do clérigo regular (além de monges e frades) têm que viver no campo.
- Peregrinações de católicos, especialmente a do Lough Derg, in County Donegal, eram proibidas. (A mais antiga de toda a Irlanda, no dia de St. Patrick’s Day)
A Câmara dos Comuns chegou ao expoente máximo do absurdo quando propôs marcar todos os padres que não se tivessem registado, com um “P” grande marcado a fogo na bochecha! O Conselho não gostou da solução, que era mais uma punição, e propôs coisa bem mais “simples”: a castração! Para os ingleses seria uma solução muito melhor!
O Conselho Privado do Rei não permitiu que nenhuma destas “soluções” fosse executada, por achá-las demasiado bárbaras! Mas o restante do Código Penal entrou em vigor.
Mas não ficou por aqui a perseguição. Em 1704 o mesmo Conselho do Rei, acrescentou nova cláusula:
- Toda a pessoa que tiver um cargo público deve produzir um certificado provando que ele tinha recebido a comunhão numa igreja da Irlanda. Como os católicos estavam já desqualificados para emitir qualquer documento este teria que ser passado pela igreja presbiteriana!
Tudo isto e outras “vergonhas” impostas aos católicos, empobreceram-nos e degradaram-nos a um ponto tal que a ingenuidade dos homens não havia conhecido.
Aqueles que ganharam com a ruína dos católicos foram os ingleses e os proprietários de terras protestantes e seus parentes.
Valentes, os católicos, onde somente cerca de cinco por cento se “converteram” para não serem marginalisados.
Tudo isto parece inacreditável, partindo dum povo que já no século XIII obteve do rei a famosa Magna Carta, que “dizem” ser o primeiro passo para a democracia.
Ainda a mesma democracia da Declaração de Independência dos EUA quando diz “que todos os homens foram criados iguais”; uma mentira que começa agora a parecer que é verdade, após mais de dois séculos.
A mesma democracia na Declaração dos Direitos do Homem que repete que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, e continua a assistir-se ao gasto com armas que ultrapassa em mais de cinquenta ou cem vezes o necessário para que acabasse a fome no mundo.
Inclusive a Constituição do Brasil quando diz, no seu Art. 5° “que todos são iguais perante a lei”, onde um pobre que rouba uma galinha vai preso e leva da polícia e um político, ou até um presidente que rouba milhões nem sequer sabe onde ficam as prisões! Tamanha mentira faz doer até as meninges.
Enquanto o “deus dos homens” for o poder, o dinheiro, não haverá democracia, nem direitos humanos, nem nada disso. Mas continuará a haver povos submetidos, esmagados e a morrer de fome, e jihads a acontecer por todo o lado.
Ainda se continua a matar em nome de deus, não de Deus. Até quando?
Mais uns milhões de anos!



21/10/2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013



A “Invencível” Armada

e as garotas irlandesas

Não há, pelo menos entres ibéricos e ingleses, quem não saiba alguma coisa sobre a famosa e desastrosa “Invencível Armada”, que o rei Filipe II de Espanha e I de Portugal, montou em 1588, para ir derrotar os heréticos ingleses.


O desastre não podia ter sido maior. Completamente destroçada, milhares de mortos, um comportamente militar vergonhoso, e a perda, para Portugal, de 12 belos navios, entre eles o que foi como a capitânea, sob o comando geral do Duque de Medina-Sidonia. Dos 130 navios envolvidos, mais da metade se perderam, poucos em combate, a maioria aprisionados em terra, na Holanda e Inglaterra, ou desfeitos em temporais contra a costa no norte da Escócia e sobretudo na Irlanda.
Um sobrevivente espanhol, Capitan Francisco de Cuellar, que andou em três navios que se foram perdendo nas costas da Irlanda, deixou um curiosissimo relato da sua aventura.
Começa quando a bordo da Santa Maria de Vision se abrigou na Baía de Sligo, com mais dois outros navios, onde em poucos dias se levantou um forte temporal; as amarras cederam, e arrastados para terra se desfizeram. Mais de um milhar aí morreram, salvando-se uns tresentos, dos quais a maioria foi passada à espada pelos selvage natives!

Cuellar salvou-se, espoliado, mais nu do que esfarrapado, como escravo de alguns irlandeses que o pouparam por lhes parecer que os espanhóis eram inimigos dos heréticos protestantes que a Inglaterra tentava impor-lhes. E a pouca roupa com que ficou estava ensopada em sangue.
Para passar a noite cobriu-se com grama!
Caminhando com dificuldade encontrou um mosteiro, com as imagens queimadas, todo em ruinas e 12 espanhóis enforcados pelos luteranos que entretanto tinham saído à procura de mais católicos para acabarem com eles.
Saído dali entrou num bosque. Um velho selvagem saiu detrás das pedras junto com dois jovens com suas armas – um era inglês – e uma garota de cerca de vinte anos, extremamente bonita... O inglês aproximou-se dizendo: “Rende-te, espanhol poltrão...” e cortou-me o tendão da minha perna esquerda. A garota lamentou o que me fizeram e pediu-lhes que me deixassem a roupa.”
Ali abandonado, Cuellar embrenhou-se nas montanhas onde uns irlandeses lhe deram um cavalo e um jovem que lhe servisse de guia. Mas não durou, sem perigo, a sua jornada.
Ouviram grande algazarra e o jovem fez-me sinais “salve-se como puder, espanhol; muitos Sassanas estão a vir e vão cortá-lo em pedaços!” (Sassanas era o que chamavam aos ingleses).
O próximo encontro foi com um padre que o levou ao chefe do clã MacClancys of Leitrim.
A mulher do MacClancy era extremamente bela, e mostrou-se muito amável. Um dia, estávamos sentados ao sol e ela, convencida que eu poderia ler-lhe a sina pediu que examinasse as suas mãos! Comecei por olhar ambas as mãos e disse um monte de absurdos que ela muito apreciou e disse que não havia outro espanhol melhor do que eu!
Entretanto uma tropa inglesa vinha a caminho para atacar o Castelo dos MacClancy, que sabendo não ter forças para lhes resistir, fugiram para as montanhas. Nós, nove espanhóis, dissemos ao selvagem (o MacClancy) que ficariamos para defender o castelo, o que irritou os ingleses que nos sitiaram durante dezesste dias, sem conseguirem conquistá-lo. Nosso Senhor livrou-nos dos inimigos fazendo cair enormes quantidades de neve que os obrigou a retirar.
O reconhecido MacClancy ofereceu a Cuellar a sua irmã em casamento, mas o capitão espanhol preferiu seguir o seu caminho para o norte de Ulster até encontrar o chefe do clã O’Cahans, em Londonderry, onde algumas mulheres lhe deram abrigo durante mês e meio até se curar. Essa aldeia era composta de cabanas de colmo onde viviam algumas garotas lindas, com quem fez amizade.
Quando os ingleses ali chegaram elas ajudaram-no a fugir e refugiar-se nas bordas do Lago Neagh, onde um bispo católico conseguiu metê-lo num navio que o levou, via Escócia, até Antuérpia.
Francisco de Cuellar viveu no norte da Irlanda cerca de um ano. Apesar de agradecido pela proteção recebida, ele e outros espanhóis, sem hesitação descreveram os irlandeses como selvagens:
O costume destes selvagens é viverem como bestas primitivas nas montanhas que são muito escarpadas nesta parte da Irlanda, onde nós nos perdemos. São grandes andarilhos, e os homens tem corpos largos e bonita configuração. A maioria das mulheres são lindas mas mal se aguentam em pé!
Eles bebem leite azedo porque não têm outra bebida; mas não bebem água apesar de terem a melhor água do mundo. Bebem o leite como um nectar, aquecido com uma pedra que previamente põem no fogo; mas quando vão a algum mercado vender uma vaca ou um cavalo, nunca regressam a casa até terem bebido o seu valor em vinho espanhol (a que eles chamavam a “filha do rei de Espanha!”), ou “uscebaugh” até dormirem fora dois ou três dias com pesadas bebedeiras. E não só os homens simples, mas os lordes e suas mulheres, quanto mais querem beber em casa mais eles bebem quando vão às cidades até ficarem tão bêbados como mendigos.
Naquele tempo o vinho era importado pelos lordes gaélicos (celtas) em troca, por exemplo, de autorização para que pesqueiros espanhóis pescassem nas suas águas.
A cevada e aveia maltadas não serviam só para fazer cerveja, mas eram também destiladas para fazer uisce beathadh, whisky, “a água da vida” (eau de vie dos franceses!), muito recomendado pelos comandantes ingleses e para fins medicinais. Mas Sir Josias Bodley encontrou padres na região oeste de Ulster derramando usquebaugh (whisky) pelas suas goelas, de dia e de noite!
Francisco de Cuellar nas suas memórias sempre refere que as garotas irlandesas eram extremamente belas! E ficavam felizes em exibir os seus seios no meio da sociedade. Nem tinham vergonha de aparecer completamente nuas, como constatou um nobre checo em 1601: ele encontrou dezasseis mulheres da alta sociedade, todas nuas, que perante o seu olhar deslumbrado o levaram para dentro de casa, para educadamente conversarem em latim em frente da lareira. Juntando-se a eles, Lord O’Cahan, despiu-se também inteiramente para surpresa do barão checo que estava demasiado envergonhado para fazer o mesmo.

N.- Mais sobre a Irlanda e a sem-vergonhice dos ingleses... nos próximos textos.

Do livro “A History of IRELAND”, Jonathan Bardon, Gill & Macmillan, Dublin 2008


10-out-13

terça-feira, 15 de outubro de 2013



Segredos bilionários

Por José Casado – “O Globo” -  15-Out - 2013
Os brasileiros estão obrigados a espe­rar mais 14 anos, ou seja, até 2027 para ter o direito de saber como seu dinheiro foi usado em negócios bi­lionários e sigilosos com Angola e Cuba.
Pelas estimativas mais conservadoras, o Bra­sil já deu US$ 6 bilhões em créditos públicos aos governos de Luanda e Havana. Deveriam ser operações comerciais normais, como as re­alizadas com outros 90 países da África e da América Latina por um agente do Tesouro, o BNDES, que é o principal financiador das ex­portações brasileiras. No entanto, esses con­tratos acabaram virando segredo de Estado.
Todos os documentos sobre essas transações (atas, protocolos, pareceres, notas técni­cas, memorandos e correspondências) per­manecem classificados como "secretos" há 15 meses, por decisão do ministro do Desen­volvimento, Fernando Pimentel, virtual can­didato do PT ao governo de Minas Gerais.
É insólito, inédito desde o regime militar, e por isso proliferam dúvidas tanto em institui­ções empresariais quanto no Congresso — a quem a Constituição atribui o poder de fisca­lizar os atos do governo em operações finan­ceiras, e manda "sustar" resoluções que "exorbitem do poder regulamentar ou dos li­mites de delegação legislativa".
Questionado em recente audiência no Se­nado, o presidente do banco, Luciano Coutinho, esboçou uma defesa hierárquica: "O BN­DES não trata essas operações (de exporta­ção) sigilosamente, salvo em casos como es­ses dois. Por quê? Por observância à legisla­ção do país de destino do financiamento." O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) interveio:
"Então, deve o Brasil emprestar dinheiro nes­sas condições, atendendo às legislações dos países que tomam emprestado, à margem de nossa legislação de transparência absoluta
na atividade pública?" O silêncio ecoou no plenário.
Dos US$ 6 bilhões em créditos classificados como "secretos'; supõe-se que a maior fatia (US$ 5 bilhões) esteja destinada ao financia­mento de vendas de bens e serviços para An­gola, onde três dezenas de empresas brasilei­ras mantêm operações. Isso deixaria o governo angolano na posição de maior beneficiário do fundo para exportações do BNDES. O restante (US$ l bilhão) iria para Cuba, dividido entre exportações (US$ 600 milhões) e ajuda ali­mentar emergencial (US$ 400 milhões).
O governo Dilma Rousseff avança entre se­gredos e embaraços nas relações com tiranos como José Eduardo Santos (Angola), os irmãos Castro (Cuba), Robert Mugabe (Zimbabwe), Teodoro Obiang (Guiné Equatorial), Denis Sassou Nguesso (Congo-Brazzaville), Ali Bongo Odimba (Gabão) e Ornar ai Bashir (Sudão) — este, condenado por genocídio e com prisão pedida á Interpol pelo Tribunal Penal Interna­cional.
A diferença entre assuntos secretos e emba­raçosos, ensinou Winston Churchill, é que uns são perigosos para o país e outros significam desconforto para o governo. Principalmente, durante as temporadas eleitorais.

Comentário enviado ao jornal:

Segredos bilionários – José Casado
Ninguém precisa se preocupar em saber como o nosso dinheiro foi usado em Angola e Cuba, porque, quando em 2027 os documentos deixarem de ser secretos eles terão passados a “desaparecidos”!
Dinheiro “gerido” pelo ministro do desenvolvimento, Fernando Pimentel! Desenvolvimento do que?
Mas com um pequeno exercício de raciocínio não é dificil saber como foi usado esse dinheiro:
- Em Angola: comprar “autoridades” para continuarem a favorecer as empreiteiras brasleiras que por sua vez alimentam o caixa “2” do PT; o dinheiro vai, e.. volta!
- Em Cuba: há que compensar os manos Castro pelo treinamento dos guerrilheiros do PT, PCdoB, MST e outros.
Mas... porque não há CPI para isso?
*******************
Senador Álvaro Dias
Como é possível que o Senado “feche os olhos” a crimes como este?
Como o PSDB pretende ganhar eleições se não faz com isto, e tudo o mais, o barulho que devia?
Será que TUDO vai continuar na passividade, sem oposição, sem transparência, sem decência, todo o mundo “engolindo” estas barbaridades?
Cumprimentos, Senador.
Todos estamos aguardando que o Senado cumpra o seu dever.
Francisco Gomes de Amorim


15-out-2013

sábado, 12 de outubro de 2013




Revista de História da Biblioteca  Nacional

Rio de Janeiro

Fui há dias amavelmente presenteado com o nr. 96 desta revista, que li com muito interesse onde, para mim, sobressairam os textos  de Keila Grinberg, o de Pablo Diener e Maria de Fátima Costa, Aline Salgado, Jairo Carvalho do Nascimento e uns outros.
No entanto encontrei um erro histórico que para uma revista desta qualidade deve ser retificado:
- No texto “Desunião Ibérica”, no quadro sobre “Poderosas rainhas / D. Leoner Teles”, afirma-se que esta não era bem vista pelo povo português por ser castelhana. Não, Leonor Teles não era castelhana, mas portuguesa filha de Martim Afonso Teles de Menezes e D. Aldonça de Melo.
Ela não era bem vista porque quando “conquistou” o rei D. Fernando ela era casada com João Lourenço da Cunha. Atraente, inteligente(1) e ambiciosa, desprezou o marido e convenceu o rei, contra toda a vontade popular, a casar com ela. O povo chamava-lhe “a barregã”!
(Nota 1.- Se a rainha D. Leonor Teles vivesse hoje e no Brasil, ela certamente seria atraenta e inteligenta!)

Num outro texto, “Da revolução à democracia”, o autor, Alberto Aggio, assume uma posição antagônica com a de um historiador: distorce a atuação de Allende que terá começado por querer uma “via democrática para o socialismo”, mas a seguir mostra que afinal “este concebia o mesmo socialismo... com raízes marxistas, bolcheviques, maoístas e mais tarde guevaristas e castristas.”
Querer enaltecer o governo de Allende quando ele queria transformar o Chile num satélite de Cuba ou da URSS, e adiante afirmar que os governos pós Pinochet é que “fizeram avançar os traços de modernidade do pais” é a demonstração inequívoca da opção política do autor.
E isto, em história, quase se poderia dizer que é ilegal! Pior vindo de um professor, que em vez de dar aos alunos a possibilidade de estes analisarem os diversos períodos da história com olhos independentes, sofisma as situações para os conduzir a raciocínios partidários.
Uma Revista de História, mais ainda saindo da Biblioteca Nacional, mesmo dependendo direta ou indiretamente do governo, tem que ter total isenção e não permitir que os autores dos textos deturpem a verdade e imponham suas opiniões para “agradar à hierarquia”.
Sem isso, o povo, os estudantes e até a própria revista serão os prejudicados.

Mas a revista tem diversos assuntos de muito interesse com este sobre os portugueses no Japão, que, com a devida vénia reproduzo:

Pela cruz e pela espada

Entre os grandes feitos da navegação portuguesa está o pioneiro comércio com o Extre­mo Oriente. Os lusos entraram para a história como os primei­ros europeus a pisarem no Japão em 1543. Mas a lucrativa relação que estabeleceram terminaria em sangrenta tragédia. O relato do caso coube ao procurador ge­ral da província do Japão, padre António Francisco Cardim (1596-1659), da Companhia de Jesus, que o registrou sob o título: Rela­ção da gloriosa morte de quatro embaixadores portuguezes, da Cidade de Macaoo, com sincoenta & sete christãos de sua companhia, degolados todos pella fee de Christo em Nagassaqui [...] a três de agosto de 1640.


As trocas comerciais com o Japão ocorriam de maneira singu­lar: os portugueses zarpavam de Macau, na China, para um porto japonês preestabelecido com um navio repleto de bens de consu­mo, como seda, ouro, almíscar e linha de costura. Os japoneses pagavam em prata, metal pelo qual os chineses tinham obses­são. Comprava-se mais barato em um local, vendia-se mais caro em outro e, sucessivamente, os por­tugueses auferiam seus ganhos em uma rede que incluía ou­tros entrepostos, como Malacca (Malásia), Goa (na Índia, o mais importante de todos) e a ilha de Moçambique. Até que veio do Japão uma ordem que acabaria com as negociações via Macau.
Em 1639, o xogum Tokugawa Iemitsu (1604-1651) - uma espécie de comandante militar e gover­nante nomeado pelo imperador - decretou a morte de qualquer cristão e ocidental que pisasse em território japonês (com exceçâo dos holandeses). Havia fortes indícios de que a Rebelião de Shimabara - que dois anos antes causara a morte de mais de 30 mil rebeldes - fora insuflada por missionários católicos. No mesmo ano da proibição, dois navios mercantes de Macau foram impe­didos de permanecer no porto de Nagasaki e tiveram que retornar com suas mercadorias intactas.
Em função disso, quatro em­baixadores foram encarregados de tentar negociar o restabeleci­mento do comércio. Sua missão era convencer os japoneses de que Macau nada tinha a ver com o levante de Shimabara. Uma vez no Japão, eles disseram às au­toridades que não haveria mais pregação cristã. Mas na carta oficial escrita ainda em Macau, não havia nada expressamente afirmado sobre o fim da evan­gelização. Para o padre Cardim, omitir o fim da pregação cristã nessa carta foi algo digno de lou­vor, "porque prometer tal seria em menoscabo [rebaixamento] notável de nossa Santa Fé".
As autoridades japonesas, porém, notaram a contradição e concluíram que tudo o que foi dito não passava de fingimento. Ato contínuo, ordenaram a dego­la dos embaixadores e de toda a tripulação. Segundo o relato de Cardim, a reação à notícia não foi de medo, mas sim de alegria, pois morreriam pela fé em Cris­to. O que era para ser uma mis­são diplomática transformou-se em sacrifício religioso. Um longo martírio se inicia, com os portu­gueses entrando em uma espécie de transe, chegando alguns a se açoitarem. Os iurubaças (intérpre­tes japoneses), ofereceram por três vezes aos condenados o per­dão do "Rei" japonês. Todos, sem exceção, recusaram.


A certa altura, os tonos (espé­cie de magistrado japonês) tra­vam um diálogo com três mem­bros letrados não portugueses da expedição: um "canarim" (natu­ral de Goa), um malabar (casta da Índia) e um chinês de Macau.
Os magistrados perguntam se eles querem voltar para Macau a fim de relatarem o ocorrido ou morrerem com os demais, e eles respondem que tal decisão não cabe a eles. Diante de tal resposta "se mostraram os tonos admirados, como quem os tinha por homens que não temiam a morte". A tripulação era compos­ta por gente de toda a Ásia. Ao mencionar o "glorioso espetáculo" da execução, Cardim ressalta que havia homens de 16 "fortes nações": alguns cativos, outros livres, gente de todas as idades, inclusive uma criança de 8 anos. Todos supostamente cristãos.
Passada uma noite, a sentença foi executada. Foram 57 decapi­tações simultâneas, enquanto os embaixadores foram mortos um a um pelo mesmo samurai. As cabeças de todos foram postas em estacas para servir de exem­plo. Ninguém pôde saquear os corpos, pois morreram com bra­vura, um gesto respeitado pêlos japoneses. Cardim afirma que os embaixadores "se oferecerão à morte pelo bem de sua pátria" depois de uma longa preparação espiritual para a viagem.
Um grupo de 13 pessoas da embaixada foi poupado a fim de relatar todo o ocorrido, e o tes­temunho desses sobreviventes embasou a obra impressa.
O fo­lheto de Cardim está arquivado na Divisão de Obras Raras da Bi­blioteca Nacional.

(Nota: Ainda bem que o D. João VI trouxe a Biblioteca Real para o Brasil. Curioso é que os caixotes com os preciosos livros, mapas, etc., na confusão da partida, acabaram esquecidos no cais em Lisboa! Só passados dois anos começaram a chegar ao Rio!
E os franceses que tanto saquearam... não viram estas maravilhas!)


09/10/2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013



Os espiões americanos
 e
canadenses

Que os americanos espionam os países de todo o mundo é história velha, assim como é sabido que todos os outros países, à medida que cresce o seu poder e organização, espionam igualmente todos e mais os EUA.
Mas, eis senão quando, com os tumultos de rua, em que o povo se satisfez com a promessa de não se aumentarem as tarifas de ônibus em R$ 0,20 – isso mesmo vinte centavos de Real – o índice de aprovação do (des)governo de sexa a madama dona presidenta despencou dos setenta e muitos por cento para a faixa dos trinta! Isto a cerca de um ano das eleições. Uma autêntica calamidade para o partido dos mensaleiros e do sapo barbudo que se horroriza perante a perspectiva de perderem a boquinha, aliás a bocarra, com que há treze anos mamam na res publica.
Sapo barbudo faz saber que está pronto a “sacrificar-se” a concorrer de novo à presidência para “salvar o país das zelites”. (Nota: é tudo o que ele mais deseja!!!)
Mas a imensa máquina de propaganda que o (des)governo alimenta com bilhões, e que inegavelmente se pode considerar brilhante nas suas idéias, conseguiu controlar essa situação, transformando a inepta presidenta em vítima da espionagem do Estados Unidos.
A madama, cancela a viagem oficial, em que iria ser recebida pelo Obama, faz beicinho, e num voraz discurso na Assembléia Geral da ONU vocifera contra essa espionagem e afirma que vai apresentar queixa na Comissão dos Direitos Humanos.
Êta bicha macha!
Os orgãos de informação embandeiram em arco (e embaneiram os bolsos com notas de mil, de milhões) e o povo, ignorante, volta a aplaudir a dona presidenta que depois de descer de setenta para trinta já voltou aos cinquenta!
O Brasil é rebaixado pela Mood’s e ninguém faz a mínima idéia do que isso significa.
As contas públicas fecham no vermelho e na página ao lado vem o resultado do futebol.
Agora “descobriram” que também o Canadá estaria a espiar alguns ministérios!
Não tarda vamos tomar conhecimento de que a Serra Leoa, Madagascar e Burkina Faso, também têm espiões e pretendem invadir o Estado de São Paulo.
Mas algo vai mal no reino da Dinamarca! Ou será que nós não espiamos os contrabandistas de drogas, armas, etc., e seus fornecedores? Não devem ser espionados porque... porque... tem muita gente graúda a benficiar-se disso.
De qualquer modo podiamos pedir uma ajudinha ao Obama, tanto mais que ele não vai deixar NUNCA de espionar o Foro de São Paulo, fundado pelo sapo barbudo e seu comparsa e fidel amigo, a que se juntou toda a bandalha comunista e anarquista da América Latina.
Se alguém quiser ter uma melhor idéia do que é essa organização pode ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Foro_de_S%C3%A3o_Paulo .
Continua ativa, muita ativa, sobretudo agora com os bandos de vândalos aproveitando manifestações  “pacíficas” de classes profissionais, para destruirem tudo quanto encontram pela frente: lojas, bancos, ônibus, carros, etc.
Para camuflar esta onda de preocupação dos extremistas, a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – chama “jagunços” aos policiais! Porque? Porque o chefe da OAB é do PT e... precisa dizer mais?
Os vândalos baderneiros... devem ser seguidores da Madre Tereza!
Mas como a tarifa dos telefones celulares continua a mais cara do mundo, setenta vezes– 70 x –  mais cara do que Hong Kong, e quando o (des)governo gasta em dois anos 7,1 bilhões de Reais para agradar à FIFA e em dez anos só investiu 4,2 bilhões em saneamento... não admirana da que a Mood’s rebaixe a confiabilidade do país.
Apesar de tudo se eu hoje tivesse uns tantos milhões era aqui mesmo que os investiria.
Ainda quero acreditar em Stefan Zweig e sobretudo na não eternização desta quadrilha que se apoderou do país há 13 anos!

08/10/2013



domingo, 6 de outubro de 2013



A burocracia das religiões


Discutir religião é uma autêntica perda de tempo, assim como discutir qual a melhor equipa de futebol.
Hoje ganham espaço os muçulmanos nas regiões onde são todos OBRIGADOS a cumprir  os preceitos de rezar várias vezes ao dia, voltados para Meca, onde quer que estejam, inclusivé fechando ruas de cidades como em Marselha. E além da França, na Inglaterra, EUA, etc.
E ganham espaço e muito, muito dinheiro, os vendedores de milagres, os chamados  “evangélicos”, habilissimos vendedores que se espalham pelo mundo como praga, apesar de, como em tudo, entre os seus haver muita gente de boa vontade.
Cada religião tem as suas crenças mas, infelizmente, acima de tudo, tem os seus cerimoniais que cada vez menos se cumprem. Não que isso faça grande diferença para a fé de cada um.
E quando analisamos esses cerimoniais, alguns com vários milhares de anos, tentando através da ortodoxia obstinada dos pseudo “donos da verdade”, manterem-se imutáveis, não é dificil perceber que todas as religiões necessitam, sem sair dos seus príncípios fundamentais, de um “aggiornamento”!
Na igreja católica este primeiro passo foi dado pelo “Bom Papa João XXIII”, e agora pela imensa simplicidade e firmeza do Papa Francisco, o que faz admitir que o catolicismo comecará a perder menos devotos.
Os cristãos têm também muitos dos seus costumes alterados, quase sempre por “decretos”, sem que isso os faça perder a fé, mas que a muitos tem afastado.
Por exemplo a Quaresma, o Ciclo Pascal, compreende três tempos: preparação, celebração e prolongamento.
Os serviços religiosos desse período intentam a preparação da comunidade de fiéis para a celebração da festa pascal, que comemora a ressurreição e a vitória de Cristo. Esta preparação é feita através de jejum, abstinência de carne, mortificações, caridade e orações.
Quantos católicos cumprem estes preceitos? Raros.
Os judeus discutem também entre si os preceitos talmúdicos do shabat, o dia do descanso, originado no Génesis, que diz que “havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, e abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra.” E ainda hoje manda o preceito judaico que esse dia seja dedicado à meditação, duas horas e meia, à família e ao descanso. E, em princípio nada mais podem fazer, nem preparar as refeições que são feitas de véspera.
Os ortodoxos, em Israel querem até introduzir uma lei proibindo que o comércio abra aos sábados! Como é evidente têm uma tremenda oposição, e como praticamente em todo o mundo o domingo é que se tornou o verdadeiro dia sem comércio, procuram um sofisma para alinhar com o que se tornou normal, considerando o domingo como integrante do fim de semana!
Hoje, de acordo com as regras, quem por exemplo tem  filhos pequenos, nem sequer os pode levar à praia, ou levá-los para brincar com amiguinhos, judeus ou não judeus, e são obrigados a ficar em casa o que se torna um pesado fardo para a família.
Não podem “gerar energia”, o que significa que não podem ligar o ar condicionado, a TV ou sair de automóvel, etc., o que nos dias de hoje cheira a absurdo.
Quando o Talmud tudo isto decretou, parece que há mais de 2.500 anos, era perfeitamente normal ficar-se em casa, orar, descansar, etc. Mas hoje em dia?
Bélgica flamenga, Mortsel, um município encostado a Antuérpia, onde vive uma grande colônia judaica, e importante centro de negócio e lapidação de diamantes. Ali tinha, e tem, a sede da Agfa-Gevaert onde em 1965 estive estagiando por três semanas.
Bem perto da empresa, um hotel modesto mas suficiente; no último dia de manhã, malas na mão, no 3° ou 4° andar do prédio, chamo o elevador para me levar ao restaurante tomar o meu “mata-bicho”.
Enquanto aguardava, apareceu ao meu lado ainda em mangas de camisa um judeu, ortodoxo – não se confundem com os outros – que me pede para acender a luz dum pequeno banheiro que havia ali ao lado. Eu com ambas as mãos ocupadas, e o “cara” sem nada nas mãos a pedir-me uma coisa completamente insólita!?! Mas não quis fazer perguntas e meio de costas toquei no interruptor, que fez um barulhinho – clic – mas não virou, e portanto não acendeu a luz. Olhámos um para o outro e eu, em francês disse-lhe que possivelmente a lâmpada estava queimada.
Mas aquilo mexeu com as minhas meninges, e quando cheguei ao restaurante informei o pessoal do hotel que possivelmente havia uma lâmpada queimada no tal andar.
Fui para a fábrica, meu último dia, e comentei a história a alguém que, conhecedor dos costumes, me disse: “os judeus ao sábado não podem nem acender lâmpadas!”
Custou-me a acreditar, porque em locais escuros deviam andar todos aos tombos, o que seria uma estupidez, mas jamais esqueci o absurdo de tudo isto.
Só agora, passados que são 48 anos, quase meio século, ao ler duas revistas judaicas – muito boas -  sobretudo a “Hebraica”, fui encontrar, escrito por um rabino e um escritor religioso, o problema do shabat que, certamente a imensa maioria dos judeus espalhados no mundo não cumpre com este rigor.
Uma lei que se pretende prepetuar e tem já mais 2.500 anos, e que não interfere com o básico da crença... é, no mínimo, estranho.
Quanto aos muçulmanos, além de, alguns, terem que fazer as cinco orações do dia – a oração da manhã (Salát Assobh), a do meio-dia (Salát Addohr), a da tarde (Salát Al-Açr), a do crepúsculo (Salát Al-Maghreb) e a do anoitecer (Salát Al-Ichá) – há o seu comprometimento com o Ramadan, um dos cinco pilares do do Islão, o mês durante o qual praticam o seu jejum ritual, passeiam-se nas ruas a lere o Corão em voz alta, e têm que se abster de relações sexuais.
Mas toda a gente sabe que só alguns cumprem este preceito com rigor, sem deixarem de acreditar que Maomé seja o seu único profeta.
Moçambique, 1992. Depois do acordo de paz que acabou com a guerra civil – é bom notar que foi o único acordo de paz até hoje cumprido, desde que o tempo é tempo, em todo o mundo (honra e glória aos moçambicanos) – a ONU mandou para a Beira – centro-norte de Moçambique – uma missão cuja função era a recolha das armas dos então chamados rebeldes, missão essa composta de militares, todos com postos entre capitão e major, exceto os “velhos chefões” suecos, hindus e pouco mais.
Chegaram imensos países, como Tailândia e Bangladesh, além duns quantos latinos do Brasil, Uruguay, Argentina, Cuba, Cabo Verde e até um “latino” da Guiné-Bissau, mesmo este sendo muçulmano, mas, como ele mesmo dizia “mau muçulmano”, porque bebia bem, era um grande farrista e além das seis mulheres que tinha na sua terra ainda “comprou” uma moçambicana pela qual pagou um saco de arroz!
Um dos capitães bangla, sempre com ar de superioridade, sentia-se acima dos alegres latinos que desde o início fizeram um grupo à parte, alegre, descontraído, que se juntava para uma boa almoçarada, violão em punho, aquela alegria contagiante que faz inveja à grande maioria dos habitantes desta antiga Pangea, mais ainda aos bangla ainda com complexo de subjugados dos ingleses, e seu teórico rigor religioso.
E, sempre que ocasião se apresentava, o capitãozinho, permitia-se criticar as alegres atitudes dos latinos, que forçosamente tinham que rir na sua cara.
Até que um dia estes decidiram pregar-lhe uma boa peça.
Ramadan. O capitão vivia num hotel, onde se fechava ao fim do dia sem ninguém saber, nem com isso se preocupar, como ele estaria cumprindo o seu dever com o Islão.
Uma noite os ladinos latinos resolveram vingar-se daquele presunçoso e chato camarada de serviço.
Contrataram uma prostituta, a mais bonitona que encontraram, pagaram-lhe com generosidade, e mandaram-na bater na porta do “impecável” bangla, mas que antes tirasse a blusa e se apresentasse com os seios de fora! No corredor do andar do quarto deste, os latinos, escondidos, espreitavam a reação do fervoroso adorador de Alá. Este ao ouvir o “toc-toc-toc” na porta, abre-a, dá caras com uma oferecida moçambicana bonitona, estaca, exita, espreita para os dois lados do corredor, não vê vivalma, e puxa a garota para dentro!
O grupo dos latinos, em silêncio, senta-se no corredor, alguns bem em frente da porta do chato muslim, e aguardam a noite toda, até que ao romper do dia o bangla abre a porta e afetuosamente se despede da sua companhia noturna.
Mas, ó desgraça, nessa altura repara que os camaradas latinos, sem dizerem uma palavra, lhe fazem um sorriso trocista. Pobre bangla. Debaixo da sua pele escura um violento rubro aparece, e pede encarecidamente que ninguém conte o sucedido, promessa com rigor cumprida.
A partir desse dia o capitão-bangla virou um “doce” com suas atenções e sorrisos para aqueles que antes desprezava.
Tudo isto por causa da burocracia religiosa, e do pavor incutido no espírito dos crentes sobre o temor do fogo dos infernos.
Nunca se ficou sabendo se naquela noite a cama do bangla pegou fogo! O que vos parece?

05/10/2013